“E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” – II Co. 5:17
Quando aceitamos a Cristo recebemos uma nova identidade espiritual e passamos a ser novas criaturas. Nascemos de novo no espírito e agora somos pessoas transformadas e restauradas pelo sangue de Jesus.
Ser uma nova criatura não significa que tenhamos perdido nossa identidade como indivíduos. Ainda somos as pessoas que éramos quando nascemos de nossas mães. As mesmas marcas físicas, que nos fazem parecidos com nossos pais, a mesma estrutura de DNA, as mesmas digitais, enfim, fisicamente somos os mesmos. O que mudou é a nossa visão do mundo espiritual. Agora temos um relacionamento com Deus. Temos livre acesso a Ele, e passamos a ser morada do Espírito Santo.
Entramos num processo de conversão, onde nossos valores começam a ser alterados segundo os padrões da palavra de Deus, e segundo a direção do Espírito em nossas vidas. Aquilo que gostávamos muito, talvez agora não nos agrade mais. Aquilo que era rotineiro talvez não nos seja mais conveniente. Por isso passamos a ser pessoas diferentes, não por causa de uma aparência religiosa, mas porque a nossa essência espiritual mudou.
Quando nos deparamos então com os velhos amigos, os colegas de trabalho, os colegas de classe, ou seja, o nosso relacionamento em sociedade, enfrentamos conflitos porque espiritualmente não fazemos mais parte do mundo. Precisamos entender isso claramente, para que não nos tornemos “E.T.´s” religiosos e isolados, mas possamos nos relacionar conscientemente com todos.
Jesus e a vida social
“Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento.” – Jo. 2:1 e 2
Quando olhamos para a vida de Cristo enxergamos um homem absolutamente normal. Jesus não era, como muitos pretendem pintar, alguém que vivia isolado das pessoas. Pelo contrário. Ao fazermos um exame da vida do Senhor, vemos que ele se relacionou com todo o tipo de pessoas, desde prostitutas até políticos, sábios e intelectuais, desde pessoas insignificantes aos olhos da sociedade, até pessoas de grande influência.
O texto que lemos nos mostra exatamente isso. Houve um casamento em Caná e Jesus e seus discípulos foram convidados. Ele ainda não era alguém conhecido como viria a ser, portanto o convite nos mostra que havia algum tipo de relacionamento entre Jesus e aquela família. Talvez com o noivo, talvez com o pai da noiva, quem sabe. A verdade é que ele estava numa festa e era uma pessoa normal.
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para coloca-la debaixo o alqueire, mas no velador, e alumia a todos que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” – Mt. 5:14-16
Muito se engana aquele que imagina que receber a Jesus significa abster-se de uma vida social. Pelo contrário, se desejamos alcançar aqueles que ainda não conhecem a Cristo, precisamos nos relacionar com eles, para que possamos lhes falar do amor de Deus. Essa é a verdade da palavra que lemos, não podemos nos esconder, mas devemos brilhar cada vez mais para que as pessoas vejam Deus em nós.
Infelizmente, a religiosidade tem roubado muitos cristãos nesse aspecto. São pessoas que muitas vezes são ensinadas a ter uma atitude sectária e preconceituosa em relação aos que ainda não tem Jesus. É uma postura absolutamente hipócrita e egoísta, demonstrando total falta de amor pelas vidas. Por outro lado, precisamos entender o que significa a palavra de I Jo. 5:19: “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no maligno”.
O mundo está morto porque está longe de Deus. Esse afastamento é que levou a humanidade a degradação, a depravação, a violência e a tantas tragédias que vemos todos os dias. Apesar disso ainda fazemos parte dele. Não somos espíritos vagando pela terra, mas somos pessoas transformadas pelo poder de Deus.
O que precisamos entender é que não podemos ser influenciados pelo mundo, mas precisamos ser agentes transformadores na mão do Senhor. Não é o mundo que ditará a nossa vida, não são as amizades que ditaram as nossas regras de comportamento, mas sim nossa consciência lavada pelo sangue de Jesus e governada pelo Espírito Santo.
Vida social do cristão
A vida social, as aparências diante da sociedade, os compromissos e deveres sociais, são situações que ocupam muitas vezes um espaço demasiado em nossa mente. Há uma necessidade inerente ao ser humano, que é a de conviver em sociedade. Desde tempos remotos, observa-se que o homem busca a proteção e o abrigo de um grupo, formando assim as tribos que formaram a base para a sociedade em que vivemos.
Vemos hoje também a realidade desse convívio social, especialmente dos jovens, nas chamadas “tribos”. São skatistas, surfistas, roqueiros, pagodeiros, clubbers, etc., pessoas que por uma afinidade musical, esportiva, entre outras, se identificam e se agradam de estarem juntas. Aqueles que tem afinidades acabam se agrupando, e todos buscam proteção e aceitação no grupo com o qual se relacionam.
Comumente ouvimos a seguinte expressão acerca daqueles que renasceram em Cristo: estamos estragados para o mundo. O que significa essa frase? Significa que para os padrões de comportamento e opinião do mundo nós não fazemos mais parte da “tribo”.
A nossa atitude diante de todas essas verdades é que devemos dar bom testemunho diante de todos, nunca deixando de nos relacionarmos com as pessoas a nossa volta. Não devemos ser passivos em nossa maneira de testemunhar, pelo contrário, nunca deixarmos de agradar o Senhor para agradar as pessoas.
Os passo da tua vitória
1) Tenha consciência que aquilo que te faz diferente é espiritual;
2) Nunca tenha uma postura preconceituosa com aqueles que não tem a Cristo;
3) Nunca tenha uma postura passiva diante do pecado;
4) Busque mais convivência na igreja, com pessoas que compartilham das mesmas verdades que você.
Bispo Rubinho