"Esconde o rosto dos meus pecados e apaga
todas as minhas iniquidades.
Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito
estável.
Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.
Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a
obedecer." - Salmos
51:9-12 NVI
Uma das verdades incontestáveis presente na Bíblia é que o
salário do pecado é a morte. Todo o contexto espiritual nos revela que o homem
colhe o fruto de suas ações, e a consequência do pecado é o afastamento de Deus
e de Seu plano perfeito. É a lei da semeadura: o que o homem semear isso também
ceifará.
A vida de Davi foi marcada por essa verdade. Apesar de ser
reconhecido como o maior rei de Israel, sofreu graves consequências em sua vida
pessoal e familiar por causa do pecado. Assim como também a própria cidade de
Jerusalém, que pelos seus pecados sofreu com a destruição e a miséria.
Um dos fatos mais marcantes na vida de Davi é ele ter sido
chamado por Deus de homem segundo o Seu coração, apesar de todos os pecados que
cometeu. Analisando friamente, é incrível que um homem que cometeu um adultério
seguido de um assassinato premeditado possa ter tamanha intimidade e comunhão
com o Senhor, a ponto de ser reconhecido de maneira tão maravilhosa. Qual era o
segredo de Davi? Ele entendeu profundamente o que era arrepender-se e o que era
viver uma verdadeira conversão.
Arrependimento é o caminho de volta a vontade de Deus, é
especialmente humildade para reconhecer seu pecado e se reposicionar. É algo
que acontece não só em nível intelectual, mas profundamente no espírito. Já o
remorso é apenas o medo das consequências do pecado, é na verdade um sentimento
egoísta, porque está preocupado apenas consigo mesmo, e não com o Senhor.
O primeiro e decisivo passo para o arrependimento é
reconhecermos o nosso pecado. A palavra nos mostra que o Espírito Santo é quem
convence o homem, por isso quanto mais comunhão com Ele tivermos, mais fácil
será termos um verdadeiro arrependimento. O culto que o Senhor deseja de nós é
racional, onde temos consciência de quem é Deus e da necessidade que temos
dEle.
A religiosidade, como tentativa de aproximação de Deus
através de esforços humanos, ensinou as pessoas a associarem arrependimento com
punição ou penitência. Quando olhamos para a época medieval, por exemplo, vemos
a origem das indulgências e penitências, como açoites e automutilações.
Desse modo muitos deixam de viver um arrependimento
verdadeiro, pois pensam que os seus sacrifícios irão agradar ao Senhor. Mas o
que verdadeiramente agrada o coração de Deus é a mudança de atitude, a
conversão, enfim, fechar definitivamente qualquer caminho para o pecado, andando
em santidade.