Assim como o perdão de
Deus para o homem é peça fundamental no plano da redenção, a disciplina do
perdão ao próximo deve estar no centro de nosso viver cristão.
A verdade é que não
temos problemas com o conceito; é fácil falar sobre o perdão. Praticar é que é
difícil, já que nossos referenciais e padrões de justiça são muito diferentes
dos de Deus. É comum guardarmos ressentimentos justificáveis, ou seja, segundo
nossa ótica humana falha, estamos “cobertos
de razão” em não perdoar, pois o que fizeram conosco é “imperdoável”.
Em outras ocasiões
ficamos procurando sinais verdadeiros de arrependimento nas pessoas para que
então possamos “do alto da nossa
magnificência”, liberar o perdão para elas. Freqüentemente relembramos aos
outros a necessidade de arrependimento antes que lhes perdoemos. Desse modo agimos
de modo farisaico, pois somos rápidos em achar faltas, mas tardios em
reconhecer que também somos falhos, também precisamos ser perdoados, e só somos
o que somos porque um dia Deus nos perdoou através do sacrifício de Jesus
Cristo.
Perdoar significa
conceder a remissão de qualquer ofensa ou dívida, gerada por falta ou
transgressão e desistir de qualquer reivindicação, ou seja, liberar o ofensor
de qualquer obrigação proveniente de sua falta.
A concessão do perdão
deve ser dada livremente, não extraindo ou esperando nenhum pagamento por ele.
Uma atitude muito comum é condicionar o perdão a um determinado posicionamento
ou retribuição, ou seja, a famosa “chantagem
emocional”. Devemos desistir de qualquer reivindicação e liberar de vez nosso
ofensor a fim de que ambos estejamos livres. Deus nos concede perdão
livremente, pois Jesus pagou o preço na cruz do Calvário. Assim também nós
devemos perdoar segundo o padrão que Ele estabeleceu.
Em todo o ensinamento
de Jesus vemos presentes as lições sobre o perdão, que estabelecem um princípio
espiritual muito importante que deve reger nossas vidas: na medida em que
perdoamos, somos perdoados (Mt. 6:14 e 15).
Devemos nos abrir para
sermos completamente curados e libertos de todos os ressentimentos e de todas
as barreiras que a falta de perdão têm gerado em nossos relacionamentos. É
mister que nos apropriemos desse fruto poderoso do Espírito Santo que nos faz
perdoados e perdoadores.