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quinta-feira, 14 de junho de 2012

POR QUE HÁ TANTOS PASTORES RUINS?

O pastor Walter McAlisterfez uma reflexão sobre a condição dos pastores no Brasil, em um artigo escrito para seu blog pessoal.
McAlister questiona o motivo de existirem “tantos pastores ruins” em evidência nas igrejas brasileiras, e ressalta o sofrimento e as dificuldades dos “bons” pastores.
Entre a lista de motivos citados pelo pastor McAlister, há o despreparo de homens que foram levantados ao cargo de pastores através de circunstâncias: “Há maus pastores, confesso. Creio que nem todos têm um pastor em quem podem confiar, a quem recorrer ou de quem sequer têm orgulho de ter como o seu pastor”, afirma.
Para ele, “o clero anda em baixíssimo conceito” e muitos desses pastores que são criticados por suas condutas, são os responsáveis por isso: “Por sua vez o pastor tem que assumir ares de ‘Grande Servo do Senhor’, chegando a ter que se autodenominar ‘Apóstolo’, ‘Profeta’, e só falta alguém se declarar o ‘Quarto Membro da Santíssima Trindade’. É uma igreja em agonia”, lamenta Walter McAlister.
O pastor e blogueiro sintetiza sua reflexão sobre os pastores brasileiros afirmando que o estágio atual é consequência da maneira como a igreja está estruturada: “Os sistemas, as estruturas e as políticas eclesiásticas não permitem que haja bons pastores. Não comportam líderes de verdade. Os maus se dão bem em sistemas que não exigem política. Com o seu talento de convencimento, o povo vem, sofre, mas apanha por achar que tem que ser assim. Enquanto há bons pastores que são esmagados por sistemas vítimas da nefasta politicagem eclesiástica”.
Confira abaixo a íntegra do artigo “Porque há tantos pastores ruins?” do pastor Walter McAlister, reproduzido no Púlpito Cristão:
De uns tempos para cá tenho visto, com uma incredulidade cada vez maior, um fenômeno que me força a fazer esta reflexão. Minha incredulidade se resume a isto: será que há tantos pastores ruins e tão poucos bons pastores neste nosso Brasil, meu Deus?!
Pergunto isso (primeiro a mim mesmo e, em segundo lugar, de modo mais temático) porque na blogsfera-internet-facebook-twitter-cultura (neologismo meu, confesso) o consenso parece ser o de uma condenação generalizada da categoria. Anteontem foi o Dia do Pastor. Mas, será que resta o que celebrar? Pelo que leio por aqui, poderíamos muito bem chamar a data de O Dia do Farsante.
O clero anda em baixíssimo conceito com os internautas. Será que é o caso entre os que não navegam pelos fios óticos e wi-fis deste mundo virtual? Não sei. Sinceramente, não sei. Mas, já que estou aqui na blogsfera, lá vai a minha reflexão para quem compartilha do universo virtual.
Primeiro, quero afirmar que conheço muitos pastores. Muitos dos que conheço são bons pastores. São pessoas movidas por um desejo de servir a Deus (pelo menos é como eles começaram). Há um desnível de preparo e oportunidade entre eles, claro. Mas há uma motivação inicial que me parece uma regra. Cada um se sentiu chamado por Deus para servi-lo e, consequentemente, alimentar as suas ovelhas.
Há maus pastores, confesso. Creio que nem todos têm um pastor em quem podem confiar, a quem recorrer ou de quem sequer têm orgulho de ter como o seu pastor. E, sabendo desse fato, creio ser importante pontuar algumas razões para isso.
Há muitos pastores no Brasil, hoje, que não foram bem preparados para o ministério. Alguns foram criados em situações que sequer exigia um ensino ou treinamento (teológico, bíblico ou ministerial). Bastava “levar jeito” pra esse “negócio” e logo foram promovidos para ocupar lugares para os quais não têm a menor noção do que se trata. Sem preparo teológico, bíblico ou ético, acabaram lançando mão de qualquer maluquice que parece “dar certo”. Fizeram correntes de toda sorte. Suas mensagens não passam de capítulos de livros que leram ou que estão na moda, como: prosperidade, guerra espiritual, conquista de cidades ou coisa parecida.
Vivem de campanha em campanha e querem criar uma “grande obra” para a glória de Deus. Essa “grande obra” (geralmente um prédio ou um programa de TV, rádio ou algo parecido) não passa de uma fonte de enorme despesa que vai sacrificar o povo, que é visto como fonte de muito lucro. Para tanto, precisam de cada vez mais povo. E para que tenham isso, vão ter que lançar mão de mensagens e promessas que atraem esse povo (se chamarem um dos cantores “gospel” ou o coral das crianças for posto para cantar, também funciona).
O balcão de ofertas abre, a birosca fica aberta e o povo vem. Com as músicas da hora, os jovens berram ao microfone, de olhos fechados (claro, porque precisam demonstrar que estão no enlevo), e todos assistem atônitos às versões locais e genéricas dos superastros da música gospel. É quase cómico, se não fosse tão trágico.
Por sua vez o pastor tem que assumir ares de “Grande Servo do Senhor”, chegando a ter que se autodenominar “Apóstolo”, “Profeta”, e só falta alguém se declarar o “Quarto Membro da Santíssima Trindade”. É uma igreja em agonia. Seus gritos e gemidos (que muitos acham serem sinais de “poder”) só denunciam a falta de vida real íntima com Deus, e conhecimento profundo das Escrituras (que é a obrigação de qualquer um que se propõe a ser um obreiro aprovado).
Por outro lado (e agora me remeto ao extremo oposto), há homens extremamente bem preparados nas Sagradas Letras. Mas sua vida ministerial é sujeita a um regime massacrante de comitês, relatórios e avaliações. Se lançaram no serviço do Senhor, mas se acham hoje como serviçais de leigos que nunca deveriam ter o poder sobre eles que têm.
Compaixão é uma das vítimas dessas estruturas. O pastor teme pelo bem-estar da sua família: sua esposa, que é duramente cobrada pelas irmãs da igreja; seus filhos, que são maltratados na escola por serem os filhos do pastor, mas que são cobrados pelos seus pais na igreja (pois, se pisarem fora da linha, o comitê talvez não renove o contrato e aí fazer o quê? Vai botar comida na mesa como?) Mesmo empregados, os pastores são mal, mas muito mal remunerados – pois, afinal, existem tantos “marajás” no ministério, mas “aqui não!”. Entre os oportunistas marajás e os bons servos que são reduzidos ao medo e mendicância para poderem pastorear, não me admiro que haja tão poucos bons pastores. Os poucos que vencem o sistema são os vitoriosos e poderosos, que acabam sentando em comitês denominacionais, envergando um poder político além da sua igreja local, e que acaba redundando num prestígio cada vez maior, para assegurar a sua longevidade no púlpito local. É a morte.
Os sistemas, as estruturas e as políticas eclesiásticas não permitem que haja bons pastores. Não comportam líderes de verdade. Os maus se dão bem em sistemas que não exigem política. Com o seu talento de convencimento, o povo vem, sofre, mas apanha por achar que tem que ser assim. Enquanto há bons pastores que são esmagados por sistemas vítimas da nefasta politicagem eclesiástica.
O povo dessas igrejas fica sem pastor, que de fato está na mão de leigos. Ou o povo fica nas mãos de lobos e anticristos que, com charme, lábia e encenações de “unção” lideram para o seu próprio enriquecimento. E os bons pastores ficam sem púlpito e seus filhos abandonam a igreja (pois viram como ela esmagou os seus pais), deixando pai e mãe de coração partido, pois o eles que mais queriam era ver seu filhos seguindo nos caminhos de Deus.
O coração dói. Os anjos choram. O Corpo de Cristo sangra. Pastores fogem do ministério e vendem seguros ou recorrem a uma capelania. E a blogosfera registra o fel dos que queriam algo mais. Queriam líderes que manifestassem devocionalidade sem afetação, liderança sem abuso, compaixão sem politicagem, ensino das Escrituras sem modismos. E os pastores queriam apenas um lugar onde pudessem alimentar as ovelhas, pois, como Pedro, confessam o seu amor pelo Mestre.
Conheço bons homens assim. Tenho o privilégio de liderar muitos deles. Vejo o povo que pastoreiam feliz, com prazer em se reunir para louvar a Deus, e alimentados pela Bíblia. Mas o coração pesa. Ouço o choro de muitos, o lamento dos desigrejados (os que fugiram para não morrer) e já vi pastores de joelhos aos prantos pelos filhos perdidos no mundo. Não bastasse o dano, vejo que ainda muitos lobos patrulham a blogosfera e os escombros da Igreja de Cristo, tentando abocanhar os que vivem desgarrados do rebanho, com palavras suaves e antigas heresias requentadas e vendidas como algo novo e relevante. Se tão somente tivessem um bom pastor, que desse a sua vida pelo rebanho! Se tão somente os bons pastores achassem um lugar para servir com pureza de coração!
Ah, Senhor da seara, vivifica a Tua Igreja – Noiva do Cordeiro e Corpo de Cristo – “a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância” (Ef 1.23). Tem misericórdia de nós e vivifica-nos, Pai.
Por Walter McAlister
FONTE: Gospel+



















segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O DEUS DO NÃO

Ao contrário do que muitos possam ter pensado, o título deste artigo não está errado. Se quisermos realmente viver uma vida abençoada e feliz, precisamos conhecer o Deus do NÃO.
Infelizmente muitos cristãos têm sido ensinados apenas a conhecer o Deus do Sim. E isso tem formado uma geração de filhos mimados e mal acostumados, que esperam sempre que o Senhor diga sim aos seus caprichos e vontades. Quando se deparam com algo contrário, sempre associam a oposição ao diabo, e então começam a guerrear, muitas vezes contra o próprio Deus.
“Nunca aceite uma porta fechada! Vá na unção, entre em guerra espiritual que a porta se abrirá!”
“Você não pode se conformar com isso! Ore, jejue, determine que Deus tem que te ouvir!”
E eu poderia dar muitos outros exemplos de bravatas e palavras de ordem que incitam o povo a exigir que Deus atenda os seus pedidos. Será que não passa na cabeça dessas pessoas que Deus também fecha portas? Que Deus permite enfermidades? Que o fato de não ter algo que desejo, não significa que haja algo errado comigo?
Se há um momento na vida quando temos que nos conformar, é nos conformarmos com a vontade de Deus. Alguns têm interpretado de maneira errônea o versículo de Rm 12:2. Não devemos nos conformar com o mundo, sua sujeira, sua corrupção e seu afastamento de Deus, mas isso não quer dizer que nunca viveremos situações difíceis ou enfrentaremos obstáculos. E o que talvez possa chocar alguns, não quer dizer que nunca viveremos derrotas.
A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, somente para aqueles que transformam sua mente e renovam seu entendimento para verdadeiramente aceitá-la. E nem sempre isso é fácil.
A Palavra de Deus nos mostra 03 momentos em que o Deus do NÃO se manifesta. Parece que muitos arrancaram esses textos da Bíblia.

1) Moisés e a Terra Prometida – Dt 3:23-26
Moisés queria entrar em Canaã, mas a resposta de Deus foi NÃO.
Muitos não entendem que não viverão determinadas situações porque foram rebeldes a voz do Senhor e não O glorificaram no momento de dificuldade. Ou porque aquilo que ele acha que é a Terra Prometida, Deus sabe que é uma grande roubada.
Imagine Deus dizendo isso para determinados grupos de cristãos dos nossos dias?
“Tá amarrado! Eu vou entrar em nome de Jesus!” (isso mesmo, amarra o próprio Deus...)
“Vou jejuar, dar 07 voltas, repreender esse principado de Canaã e vou entrar sim! Tudo posso naquele que me fortalece!” (ainda cita a Bíblia fora de contexto para justificar suas ações...)
Se Deus não quer que eu entre é porque ele sabe que é o melhor pra mim.

2) Paulo e o espinho na carne – II Co 12:7-10
Certa ocasião o líder de uma igreja me disse que o câncer é uma maldição e que um verdadeiro servo de Deus não morre dessa doença. Falei-lhe sobre minha avó, mulher de Deus, de oração, que era da igreja Assembléia de Deus, e que morreu de câncer. Ele ficou completamente desconcertado.
É lamentável o que algumas igrejas têm ensinado ao povo. Algumas verdades da Palavra e dos ensinamentos de Cristo têm sido completamente esquecidos em favor de um discurso positivista e místico (não espiritual).
Paulo tinha um problema sem solução. Nada do que ele fizesse tiraria aquele espinho de sua carne. Ele pediu ao Senhor que o tirasse, mas essa era a vontade de Deus na sua vida, e a resposta novamente foi NÃO.
Fico imaginando Paulo como membro de algumas das igrejas evangélicas brasileiras.
“Esse homem precisa de uma cura interior, uma quebra de maldições!”
“É algum pecado encoberto que impede que ele viva a libertação...É uma brecha que ele tem...”
“Você não pode se conformar com esse problema em sua vida. Lute, guerreie e expulse em nome de Jesus...”
“O que você precisa é ser ungido por Fulano pra ser liberto...“
“Falta cobertura e autoridade na sua vida, por isso esse problema não se resolve...”
Temos que entender que como Pai de amor, Ele sabe tudo o que precisamos, até mesmo que precisamos alguns espinhos em nossa carne.

3) Jesus no Getsêmani – Mt 26:36-46
Jesus tinha todo o direito de não querer passar por toda aquela dor e sofrimento. E agora sua carne clama a Deus para que o afaste daquele cálice. Qual foi a resposta do Pai? NÃO!
A cruz foi sem dúvida um momento de vitória para satanás. Seu intento de matar o Messias estava agora concretizado (lembra de Herodes e a matança dos meninos?). Para Jesus era um momento de derrota. É claro que de aparente derrota, porque ao cumprir a vontade de Deus e seguir no plano divino, ele venceu a morte e triunfou ressuscitando ao 3º dia.
Lembre-se que a oração de Cristo foi: “Afasta de mim esse cálice, mas seja feita a tua vontade”. Jesus tinha consciência de que apesar do sofrimento, a vontade de Deus era o melhor.
Muitos pensam que não fugir da dor é religiosidade. Talvez em algumas igrejas Jesus fosse chamado de religioso, masoquista, conformado e até fariseu, porque escolheu sofrer.
Se Deus quiser que você sofra, é porque há um propósito maravilhoso em sua vontade.
Se o diabo me disser não e se opor a minha caminhada realmente devo me posicionar. Mas creio que o único NÃO que eu devo aceitar com alegria é o NÃO de Deus, que me levará a viver o que é bom, perfeito e agradável.